Eu li esse livro antes de As Vantagens de Ser Invisível, mas quando terminei de ler o último, estava ainda pensando tanto na história que resolvi inverter a ordem das resenhas.
Eu assisti ao seriado antes de ler o primeiro livro de As Crônicas de Gelo e Fogo. Na verdade, eu comecei a assistir quando a segunda temporada já tinha iniciado (acho que estava no segundo episódio ou coisa assim). E viciei. Viciei tão rápido. Não conseguia pensar em basicamente mais nada além da história. E precisava de mais. Muito mais. Não aguentaria até março do ano que vem para poder assistir à terceira temporada. E então resolvi ler os livros. Até a estréia da próxima temporada eu leio pelo menos até o terceiro livro, mas talvez eu demore mais com os outros porque vai saber quando GRRM vai publicar o próximo livro e vou ficar sofrendo pela demora da – mais uma – série.
As Crônicas de Gelo e Fogo é composta por sete livros, sendo que apenas 5 foram lançados. O autor publicou alguns contos que se passam no mesmo cenário e logo serão lançados mais dois livros sobre o universo criado por ele (um focado na geografia e o outro, na história).
É um tanto quanto difícil escrever uma resenha sobre ASOIAF (A Song of Ice and Fire), uma vez que a história é tão vasta e os livros tão longos. O livro, como objeto, é um pouco maior que os outros no geral, digo, as folhas são mais largas, as margens são pequenas e a fonte utilizada é menor que a usual. Mas a narrativa do autor é excelente, o que impede que a leitura se torne maçante. E a história é incrível, fascinante, extremamente viciante. A criatividade do autor é admirável.
A tradução utilizada no Brasil é uma adaptação da de Portugal e, sinceramente, acho que este é o único aspecto negativo do livro. Certos trechos aparentam funcionar melhor lá do que aqui, mas a história é tão boa que dá para relevar.
A sinopse oficial é relativamente boa (faltou falar sobre a Daenerys e o fantástico plot do outro continente, Essos, e.g.): “Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha – uma cruel mulher do clã Lannister – e sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda sua família.”
É uma história ricamente detalhada sobre um lugar no qual o inverno e o verão podem durar anos e, sendo o presente verão longo demais, o inverno seguinte é temido por poder ser longo e trazer consigo os terríveis seres que habitam para lá da Muralha. É uma fantasia épica que trata sobre a disputa por poder e as consequências desta ambição. Guerra, política – é necessário saber jogar o jogo para sobreviver -, sexo e mortes. O autor trabalha bem as relações humanas e, coerente com o contexto e desprovido de eufemismos desnecessários, o texto apresenta personagens que comem, bebem, cagam, fodem e morrem brutalmente. Ninguém é inteiramente bom ou mau, este, talvez, seja o aspecto mais marcante que caracteriza o quão humano as personagens são e que compreende parte do quê de realidade da história (a outra, é que ninguém está a salvo). A trama é complexa, tem muita coisa acontecendo, muitas personagens e se expande de uma forma surpreendente.
E eu poderia escrever muito mais e ainda assim não fazer jus à qualidade da obra. É incrível, leiam.
Nota: 5/5